domingo, 9 de fevereiro de 2014

OBRIGADO, CLARA E VANESSA



Não está fácil muito comentar sobre este BBB. Pouca coisa acontece, quase nada. Não existe lado tampouco confronto. Restam as festas, que para mim sempre foram termômetro e combustível para as edições. A partir delas que eu avaliava quem de fato estava ali para preencher a cota ou fazer valer os dias de exposição.

Nos primórdios do BBB, em 2004, tivemos uma participante chamada Juliana Lopes, os fortes lembrarão e entenderão. Juliana tinha o perfil completamente diferente de Clara, patricinha assumida do Distrito Federal, havia passado uns tempos morando nos EUA (a única coincidência em relação à Clara). Esse período fora fortaleceu seu conhecimento musical e principalmente a pronúncia perfeita do inglês. Juliana se entregou como poucos participantes na história do BBB. Na primeira semana arranjou uma briga homérica com a boxeadora Tatiana e foi direto ao paredão com os votos da casa contra a própria. Voltou e teve uma trajetória até semi-final do programa recheada de fortes emoções, principalmente envolvendo seu ficante da vez, o lutador Marcelo Dourado.

Nas festas é que Clara mais me lembra a Juliana. O gosto pelas músicas, a cantoria perfeita em inglês e a capacidade de curtir as quartas e sábados até o início do dia seguinte fazem eu me apaixonar cada vez mais por essa paulistana de 25 anos. Ao que percebo não estou sozinho. Os perfis no twitter em prol de Clara e Vanessa se proliferam em uma velocidade poucas vezes vista em um reality show. As duas conseguiram arregimentar uma torcida de uma dedicação ímpar. Os dois paredões de Vanessa onde ela perdia de lavada nas enquetes e acabou ficando são prova disso. Clarinha vai seguindo em frente e construindo uma história cheia de marcos para a TV brasileira. O banho nua em pelo e a história de amor com Vanessa são inéditos nos 14 anos de BBB.

De quebra Clarinha ainda tem tatuada na panturrilha da perna a capa de 'Use Your Illusion II', simplesmente o álbum mais marcante de toda a minha vida. Ouçam 'Estranged', 'So Fine' e 'Don't Cry' e entenderão. Suas performances a cada execução de 'Sweet Child O' Mine' são de fazer chorar. A guria canta com o fundo da alma, na mesma proporção de sua entrega dentro daquela casa. São esses participantes que me fazem virar as madrugadas de olhos abertos e me abster de uma vida social normal por quase três meses há 12 anos quando assinei meu primeiro PPV.

Por enquanto só tenho a agradecer a Clara e Vanessa que têm me proporcionado os únicos momentos emocionantes desta edição. Tenho esperança que Clara chegue a essa final e que rompa definitivamente com todo e qualquer preconceito às pessoas que vivem intensamente suas vidas, sem se preocupar com opiniões alheias e buscando apenas serem felizes.